quinta-feira, outubro 05, 2006

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Carvalho da Silva
«Desvalorização do emprego público»
«Cambada de privilegiados»

Transcrevendo a Lusa, o Portugal Diário divulga o seguinte: «O secretário-geral da CGTP, Manuel Carvalho da Silva, acusou esta quarta-feira o Governo de desenvolver políticas que procuram explorar a ideia de que os trabalhadores da Administração Pública «são uma cambada de privilegiados», escreve a Lusa.
«A insistência na pressão exclusiva sobre os trabalhadores da Administração Pública e na ideia de que os funcionários são uns privilegiados é desastrosa», afirmou Carvalho da Silva, em entrevista à agência Lusa.
O líder da Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses (CGTP) reagia às medidas propostas pelo Governo aos sindicatos da Função Pública, entre as quais o congelamento de progressões e suplementos em 2007 e o aumento da contribuição para a ADSE de 1 para 1,5 por cento».

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4 comentários:

Anónimo disse...

os funcionários públicos não precisam de esmolas. querem saber (ou melhor, querem que todos saibam) onde pára o dinheiro que descontaram uma vida inteira e a que têem direito.
portugal é o terceiro país da europa com menos funcionários públicos. porquê a histeria?
gac

Anónimo disse...

Quando os fúncionários públicos se manifestarem a sério será o enterro deste desgoverno

Anónimo disse...

A histeria, caro amigo, é a pressaa para concessionar serviços aos privados (o outsourcing). Há que denegrir os funcionários para obter outros objectivos. No fundo a questão é :Por que há-de um funcionário público fazer, se um privado pode fazer pior e mais caro? - Os privados são nossos amigos. São eles que financiam as campanhas eleitorais... e sem elas não se ganham eleições.

Anónimo disse...

Há muito que criei anti-corpos em relação a essas “palavra-veneno”. Responsabilizar os “funcionários públicos” pelo “peso excessivo” e “má qualidade” da Administração Pública não faz qualquer sentido nem leva a lado nenhum. É como culpar o empregado do restaurante pela má qualidade do bife, desculpem a analogia.
Se o objectivo é, de facto, assacar responsabilidades então o primeiro passo a dar é definir a quem e em que período de tempo. A entidade colectiva “funcionários públicos” é demasiado vaga ou seja indefinida para esse propósito e sobre o as balizas temporais dessa avaliação criteriosa nunca ouvi falar. Resulta, portanto, claro que o objectivo desses “justiceiros” até agora adormecidos não é resolver problema algum mas simplesmente manipular a opinião pública, levá-la a pensar de determinada maneira que certamente será favorável para o que pretendem levar avante. O que será?
Em linhas muito gerais, o que está na base dos problemas da Administração Pública é: uma total diluição da responsabilidade por via de uma hierarquização complexa, uma indefinição de objectivos e a ausência de uma avaliação de resultados. Este enunciado parece ser consensual e deixa a questão do passado da Administração Pública arrumada. Quanto ao presente e ao futuro, que iniciativas foram realizadas pelos actuais detentores do poder (central, local, etc.) para viabilizar a verdadeira responsabilização dos que dirigem a Administração Pública? Os que recrutam funcionários “a mais”, os que gerem deficientemente os serviços, serão punidos?
Não quero ser injusta mas não tenho conhecimento de quaisquer iniciativas. No meu pequeno universo (ou seja, no serviço onde presto trabalho) está tudo na mesma. Dos mais altos dirigentes só conheço o programa com que se apresentaram às eleições. Nunca chegou qualquer documento a informar sobre os objectivos que se pretendiam atingir, de qual a estratégia a seguir e de como seria avaliado o nosso trabalho. Mantemo-nos em “gestão corrente”: cada serviço apresenta o seu plano, desenhado ao gosto; uns recebem o aval do dirigente superior e embrenham-se na azáfama de o concretizar, outros vêm as suas propostas reprovadas (os critérios subjacentes a essas decisões são desconhecidos, naturalmente) e deixam-se levar pela monotonia dos dias sem rumo, deprimem-se.
Acusar os “funcionários públicos” das maleitas da Administração é demasiado fácil!
Os ministros, secretários-de-estado, directores-gerais, e demais dirigentes que façam o seu trabalho. E não se esqueçam nunca, que se o fizessem na privada teriam de apresentar resultados líquidos positivos, e não lhes seria permitido esconderem-se atrás da suposta incompetência dos colaboradores.