terça-feira, janeiro 02, 2007

Lisboa
Avarias, poluição, ETAR de Alcântara e Águas de Portugal

Na repescagem de assuntos da época natalícia, eis mais um.
Na semana do Natal, no meio do ruído das Festas, foi apresentada a solução para a ETAR de Alcântara. Luísa Botinas, no ‘DN on line’, referiu a ocorrência e sublinhou alguns dados. Mas desde há anos que se fala da ETAR e das consequências da sua inadaptação, depois de um concurso internacional ter sido anulado nos primeiros dias do mandato de Santana Lopes («a declaração da extinção do concurso público internacional para a Empreitada nº 9/DS/98 – “Execução da Adaptação e Completamento da ETAR de Alcântara”, ocorrida em 19/06/2002 (Deliberação de Câmara nº 201/02, a Câmara não foi chamada a deliberar sobre um novo concurso nem a SIMTEJO a tal procedeu», como disseram há um ano os vereadores do PCP na sessão da CML sobre este assunto). Daí para cá, vai de mal a pior.

De cada vez que passo ali na Avenida de Ceuta, como já aqui escrevi antes, sei do crime que se está a cometer em Lisboa. Já em 2003 era assim: esgotos não tratados iam e vão para o Tejo: tem sido um crime contra o País, contra Lisboa, contra a Humanidade. Escreva o que lhe digo: no século XXI, esgotos de 700 mil pessoas directamente ao Tejo sem tratamento.
Atenção, Quercus; atenção, Geota, Deco, Lisboa Verde, Movimento Fórum Cidadania Lisboa… Atenção, comunicação social nacional e regional. Atenção blogosfera… Quem faz um ponto sobre esta questão?
Na tal cerimónia de há quinze dias, Carmona Rodrigues sublinhou que se trata de um equipamento «de terceira geração», o «presidente da Águas de Portugal (outro dos parceiros da SIMTEJO, apontou este empreendimento, de "solução muito avançada"», o ministro do Ambiente – claro – disse que esta obra tem «"grande significado político e social"». Assim se lia no dia 22 de Dezembro no site da Câmara de Lisboa.
Registe: as Águas de Portugal / EPAL entraram assim com um pé no saneamento de Lisboa. Seguem-se outros? Cá estaremos para ver o resto.
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2 comentários:

José Carlos Mendes disse...

Veja estes links, para início de conversa (devia tê-los inserido no texto: sorry):

http://www.confagri.pt/NR/exeres/7718F835-0312-436E-B2C3-DCE63214AD3A.htm

http://www.cm-lisboa.pt/?id_categoria=79&id_item=11081

http://dn.sapo.pt/2006/12/23/cidades/etar_alcantara_concluida_2009.html

Anónimo disse...

percorre-se a espanha (para não falar da restante europa) e lá está uma obra de vez em quando. o resto está mais ou menos ordenado.
aqui são as eternas obras. dá pena (e vergonha) ver a negligencia. dá pena ver tanto desperdício. dá pena ver tanta ganância. estaleiros de obras que são verdadeiros estaleiros de empreza a ocupar o espaço público durante anos, por toda a cidade, a pertubar a vida de milhares de cidadãos diariamente, para servir de coutos privados. alguns durante anos como estacionamento para meia dúzia de senhorecos. outros a servir de lixeira e parque de máquinas privados. obras em curso com cartazes a anunciar o seu final para 2003. obras por todo o lado com zero operários a trabalhar, tudo á espera que o senhor empreiteiro faça o favor de deslocalizar alguns operários de outra obra para ali quando lhe der jeito. obras paradas á espera do prazo político para acelerar e receber os prémios. crise de autoridade. crise de estado. crise de gente.

o caso da etar é um destes. porém, na minha opinião, mais grave do que a etar é a inexistência do interceptor da zona ribeirinha central que já deveria estar construido há anos. os esgotos hospitalares continuam a correr para o rio. qualquer dia (?) acaba a obra no terreiro do paço. depois recomeça para fazer o colector. depois ninguém é responsabilizado por isto. depois são mais uns anos á espera. sem culpas para ninguém.
o que vale é que o governo está atento. a ideia de acabar com o estado é excelente. assim deixa de haver responsáveis, logo não é possível haver culpados.
desculpa o desabafo, mas é cada vez mais dificil haver contenção verbal...
gac