sábado, novembro 04, 2006

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Lisboa
Gaioso passa a dor de cabeça acrescida de Carmona

«Claro que não saio». Quem o disse a Ana Henriques / ‘Público’ foi Nuno Gaioso Ribeiro. Aliás, repetiu isso a vários órgãos de comunicação social ontem. Exemplos que pode folhear (se eu aqui escrevesse «desfolhar» seria um grande idiota, como saberá…) na imprensa de hoje – basta clicar em cima de mais estes destes links que correspondem a artigos: Gina Pereira / ‘JN’; Ângela Silva e Mário de Carvalho / 'Expresso'; João Pedro Henriques / ‘DN’.
A tese mais deslocada, parece-me, é a de Ângela Silva: ela chega a afirmar, talvez estribada em declarações de alguém, mas isso não fica claro na peça, que o PSD, em caso de ruptura da coligação que mantém com o CDS na CML, não põe de lado a hipótese de entendimento com Gaioso. Um erro de paralaxe, seguramente. Ou uma fraude de uma fonte. Ou má informação. Considero, aliás, que esse cenário não vai ocorrer. Mas se ocorresse, certamente não era ao seio de Gaioso que Carmona se iria aninhar (passe a brincadeira da imagem).
Não. Se isso acontecesse, outra aliança estaria / está / já esteve na calha. E escrevam isso, por favor.

Não é líquido

Se alguém pensa que esta posição «extra-estatutária» da Concelhia de Lisboa do PS contra Gaioso é líquida, desengane-se. É só ver as posições de Leonor Coutinho, dirigente nacional de há muitos anos, e a de Joaquim Raposo, líder da FAUL. Mas é ver também blogs com gente do PS dentro, como o Tugir e o PS Lumiar.
Daqui a muitos anos ainda se há-de andar a falar desta decisão.

Gaioso de pulso livre

Agora a situação é bem outra. A partir de segunda-feira, Gaioso passa a dor de cabeça acrescida de Carmona e Gabriela Seara. Isso vem ficando cada vez mais claro. Uma parte dos eleitos do PS está agora de mãos mais livres para intervenções fortes e para votações mais duras em relação às propostas de Carmona, Fontão, Gabriela Seara e, para o caso concreto da Baixa Pombalina, também as de Maria José Nogueira Pinto – acho eu. Mais: essa posição mais forte, de forma dialéctica, vai naturalmente espicaçar a parte restante do PS (ou pelo menos Manuel Maria Carrilho – que passará necessariamente a estar mais vezes presente nas sessões e nas votações e mais presente/visível/duro nas intervenções). Isso para mim é claro. O que é estranho, porque de uma ruptura pessoal com desfecho sem fundamento estatutário e portanto, dizem-me, sem recurso estatutário (como se navegássemos à bolina numa zona de ninguém), dessa ruptura pode resultar maior oposição também do PS / Lisboa / Dias Baptista / mas sobretudo / Carrilho.
Carrilho está agora a recuperar o tempo perdido. Carmona (um ano de mandato) foi seu alvo há uns quinze dias, Amaral Lopes (Cultura) também já foi apertado por ele, assim como Maria José Nogueira Pinto (Baixa).
E por aí vai continuar, tenho a certeza.
Ganha-se em oposição vinda também do PS o que o PS perde em coesão. É uma daquelas situações contraditórias tipicamente dialécticas da vida real.
Seja como for, sobra sempre para Carmona Rodrigues e para a sua maioria.
Estamos aqui para continuar a observar com tranquilidade.
Venha daí comigo…

Leia também o que escrevi no lisboalisboa3 sobre a coligação PSD-CDS/PP.

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