Ainda o Túnel

Custo inicial verdadeiro

Perguntam-me qual foi a verba de adjudicação do Túnel. Eis a resposta, dada pela própria empresa:
http://www.ctamega.pt/info.look?viewDataId=161&scctrl=1

Vale a pena recordar que se está em 2003.

Sobre esta matéria, não faltam os comunicados do PCP e dos seus vereadores da altura. Ver em
http://www.cm-lisboa.pt/?id_categoria=79

Artifício

Designadamente, vale a pena transcrever este trecho de um comunicado dos vereadores do PCP datado de 22 de Maio de 2003 e que é do seguinte teor: «Acerca desta matéria (o Túnel) importante para a Cidade, convém referir o seguinte: 1º - A obra foi artificialmente ‘partida’ em pelo menos duas, mas talvez mais (por um lado «o túnel» e por outro o desvio das condutas e infra-estruturas de subsolo e sua reposição); 2º - Neste quadro, qualquer que seja a solução, pague quem pagar, adjudique por que forma adjudicar e a quem quer que seja, serão sempre obras separadas, que estavam inicialmente agregadas ao concurso que serviu de base a todo este complicado procedimento; 3º - Só uma dessas duas obras foi agora adjudicada (o suposto túnel); 4º - Ao retirar o desvio e reposição das infra-estruturas, a CML altera de facto as regras do concurso – o que dificilmente poderá vir a ser aprovado pelo Tribunal de Contas; (…) 8º - De facto, o preço real irá muito para lá destes números e isso por várias ordens de razões: a) porque, objectivamente, estamos aqui perante duas ou mais obras e não uma, como no concurso que foi anulado; b) porque só está a ser adjudicada uma dessas obras (o túnel); c) porque não se sabe quanto virá a custar a parte restante, aquela que deve ser adjudicada e executada até antes do túnel; d) finalmente, e não menos importante, porque, mesmo no que se refere ao custo da obra apenas do túnel, é convicção generalizada que esse custo vai subir até ao limite legal. Ou seja: além dos 18,7 milhões de euros acrescerá a possibilidade de mais 25% de trabalhos a mais (ao que, repete-se, se deverá juntar o custo do desvio e reposição das infra-estruturas – o que poderá projectar o custo da obra para muito próximo do dobro).
Tudo somado, o PCP entende que a obra passa estar ferida de múltiplo condicionamento, pelo menos nos planos legal, financeiro e técnico.»

Ou seja: a esperteza saloia campeou no processo…

Outras trapalhadas

E, em Janeiro de 2004, o PCP afirmava em Nota: «1º - De acordo com declarações públicas do próprio Dr. Santana Lopes, a obra em execução não corresponde ao projecto aprovado pelo TC. Os vereadores do PCP vêm sistematicamente solicitando o projecto. E, apesar das sucessivas promessas, o projecto nunca até hoje foi mostrado ou entregue. O PCP não compreende esta omissão, e exige ter conhecimento do actual projecto. 2º - O projecto que o Tribunal de Contas avalizou não é este.»

Mais adiante, talvez ainda aqui se fale das razões diversificadas dos atrasos desta obra amaldiçoada do santanismo: mais tempo, mais dinheiro, muito mais, mais carros no centrpo, muitos mais... mais incómodos durante anos para tanta gente (passantes e comerciantes): todos sacrificados durante estes anos todos por causa deste mastodonte, fruto de uma arrancada de Santana Lopes.