Lisboa
Não há «tanta crise» na CML
- Paula Teixeira da Cruz ao ‘Semanário’
Não há «tanta crise» na CML
- Paula Teixeira da Cruz ao ‘Semanário’
«Em entrevista ao SEMANÁRIO, a presidente da Assembleia Municipal de Lisboa e líder da distrital social-democrata da capital considera que "estão longe de estar esgotadas todas as condições para que o actual executivo prossiga o mandato", avançando que tem dado "todo o apoio e soidariedade" a Carmona Rodrigues.
(...)
Semanário:
- Quando uma vereadora já foi constituída arguida e suspendeu o mandato e um vice-presidente foi alvo de buscas domiciliárias, está envolvido em dois processos judiciais e é provável que seja constituído arguido, Carmona Rodrigues não deveria ter já assumido as suas responsabilidades e ter-se demitido?
PTC:
- Não compreendo a sua pergunta tal como a formula por várias razões. Em primeiro lugar, não se pode sequer comentar em democracia, e é isso que me está a pedir, a hipótese de alguém ser constituído arguido. Acabou de ser dado um exemplo em Lisboa, como em outros municípios esteve longe de ser dado. Isto é, a senhora vereadora foi constituída arguida e em defesa do seu bom-nome e do bom nome da Câmara suspendeu as suas funções, suspendeu o seu mandato. Ora, aquilo que tem sido prática é que, independentemente da constituição de arguidos, se mantenham em funções. Portanto, a conclusão é exactamente a oposta aquela que pretende que eu retire. E politicamente há exemplos na capital em que existiu uma substituição do presidente de câmara sem processo eleitoral.
- Reformulo a pergunta. Qual a confiança que os lisboetas poderão ter num executivo envolto em tanta crise?
- Em primeiro lugar, é falso que o executivo esteja envolto em "tanta crise". Como referi há pouco, teve uma senhora vereadora que assim que constituída arguida suspendeu de imediato o seu mandato, tomando uma atitude de dignidade política que, de resto, até nem é habitual. Portanto, se exemplo se deu, foi um exemplo de credibilidade. Por outro lado, recordo que esta investigação é feita a pedido da Câmara. Recordo, ainda, que é uma investigação sobre uma situação que teve a sua origem não neste executivo, mas no executivo anterior, com contornos que se prendem com situações de há um ou dois mandatos a trás. Não vejo que se possa pretender inculcar uma mancha neste executivo quando aquilo que ele fez foi exactamente dar testemunho de uma dignidade de actuação política que nem é hábito entre nós.
- Essa "mancha" continua a não poder ser inculcada mesmo que Fontão de Carvalho seja constituído arguido?
- Não posso, porque isso não é saudável nem é correcto, fazer qualquer tipo de comentário político com base na possibilidade de alguém ser constituído arguido. Compreenda a monstruosidade que isso é, quer para o bom nome das pessoas, quer para o bom nome das instituições.
- Na qualidade de presidente da Assembleia Municipal e de líder da distrital de Lisboa, qual vai ser o seu contributo para a câmara ultrapassar este período de turbulência que agora vive?
- Esse contributo tem sido dado. Tenho acompanhado toda esta situação desde o primeiro dia, tenho deixado clara a posição do Partido Social Democrata e tem sido dado todo o apoio e solidariedade ao executivo.
- Acha que estão reunidas condições de governabilidade num cenário de eleições intercalares, com uma vitória da esquerda na câmara e uma maioria social-democrata na assembleia? Não estaremos perante um cenário insustentável?
- A conclusão foi sua.
- E concorda com a conclusão?
- Diria que já a tirou...»
(...)
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