quarta-feira, março 09, 2005

9 de Março / Jornal das 11

Candidaturas a Lisboa: PCP propõe encontro ao PS

Ontem à tarde, o PCP divulgou uma nota em que informa que acaba de propor ao PS um encontro «a breve prazo e ao nível das direcções nacionais» para debater «as vantagens e possibilidades de reedição da Coligação».
Para o PCP, a coligação, a existir, deve destinar-se a «assegurar uma viragem na gestão e nas políticas municipais» que a direita tem levado a cabo.
Não deixando de registar «importantes cedências e mesmo convergências» do PS com o PSD neste mandato, o PCP acaba por contrapor «uma gestão democrática e de esquerda», para rectificar as «medidas mais negativas» da actual maioria, relançar a «confiança e a identificação da população da Cidade com os seus órgãos autárquicos».
Para o PCP, a abertura contempla a hipótese de «uma coligação aberta a todas as forças políticas que se identificam com o seu projecto e programa».
E mais adiante afirma-se que «o PCP sublinha que a presença e equilíbrio das principais forças da Coligação é, em si, um factor de fiabilidade», sendo que «tal como no passado, o PCP reafirma que uma eventual coligação» deve assentar «numa base de relacionamento assente em critérios de lealdade e sem pretensões de hegemonia».

Mas, diz o PCP, a CDU está a preparar as suas estruturas e o seu projecto para a Cidade e, «em qualquer dos casos, está em condições de dar suporte às medidas, ideias e realizações capazes de promover a gestão de que Lisboa precisa».

O circo está de volta à aldeia

Quando era pequeno, o melhor do mundo eram aquelas tardes em que o circo voltava à aldeia. Delfim Pedro Paixão era o artista, mas a sua ‘troupe’ era constituída por toda a família. Eram dias deliciosos.
Hoje, não. Não achei piada nenhuma ontem, quando cheguei à Assembleia Municipal e vi outra vez o circo montado.
- Santana fala primeiro, depois vem Carmona falar aqui – era a palavra de ordem entre a malta da comunicação social.
Telefonemas da redacção. Telefonemas para a redacção. Carros. Polícias ansiosos. Assessores ansiosos.
Lá dentro, mulheres falavam a sério do Dia Internacional da Mulher. Flores já tinham sido distribuídas. Os discursos decorriam. Mas o teatro estava cá fora. Quase ninguém ligava nada ao que se passava.
Afinal, nada. Nem Santana falou em São Bento nem Carmona chegou à Assembleia Municipal: sentiu-se mal pelo caminho – foi a informação que me chegou no instante ao telefone…


Arrumadores

Lembra-se de que Santana tinha uma promessa para os arrumadores? Tratava-se de lhes dar emprego certo e seguro. Eles ficaram entusiasmados antes das eleições e na altura ouvi eu da boca de alguns que isso era óptimo e que era essa a razão pela qual tinham votado PSD.
Passaram três anos. Cada vez há mais arrumadores, sem-abrigo, sem vida, sem futuro.
E já ninguém lhes escreve poemas de vida melhor e de estabilidade. Canções do bandido.
Até Setembro, nunca mais ninguém se vai lembrar de lhes prometer o céu.
Luciano, José, meus amigos que me guardam o carro ali na Avenida e me garantem que «se o chapa vier, não se preocupe, eu ponho lá um bilhete», meus amigos, a vossa vida não vai mudar, mesmo que Santana volte na segunda-feira.


Cartazes

Procurei na cidade a falta de cartazes. Não a encontrei. A floresta continua lá. Carmona Rodrigues teve esse arranque no dia a seguir às eleições: «Vou mandar retirar os cartazes». Mas, que eu visse, não falta nenhum. E alguns até incomodam bastante os transeuntes. Por exemplo, ali no Terreiro do Paço, no caminho de quem vem dos barcos para a esquina do Ministério das Finanças, há um com 1 500 prédios reabilitados (mentira grossa, segundo me explica quem sabe), o qual está atravessado na estreita vereda que os peões têm de disputar entre si e com os ferros do cartaz.
Era bem arrancado, por razões de escoamento… e de higiene.


Protocolos: CML deve muitos milhares
às juntas de freguesia da Cidade

A CML celebra todos os anos protocolos com as juntas de freguesia. Actividades diversas são desempenhadas pelas juntas e a CML compromete-se a financiá-las. Em teoria, as primeiras ‘tranches’ já deviam ter seguido para as juntas. Mas, sou informado de que, até agora, nada.
Numa delas, por exemplo, a verba em falta já vai nos 200 mil euros (40 mil contos!), e isso está a sufocar completamente a freguesia.
Com mais dados, voltarei brevemente a este assunto, que está a precisar de denúncia pública a sério.


Parque Expo gerida pela CML.
E os postos de trabalho?

Os trabalhadores da Parque Expo têm agora mais um problema nas suas vidas: a segurança do emprego. No processo de negociação, vereadores da oposição, designadamente do PCP, tentaram saber qual a solução. Mas o presidente da EMEL disse que tudo estava a ser equacionado. Agora, as condições de vida dos trabalhadores da Parque Expo podem estar mais ameaçados do que antes.