segunda-feira, março 21, 2005

Jornal das 17 horas / Dia 21 de Março


Estranho

Fico admirado com a notícia de que Santana Lopes foi à Moda Lisboa de modo tão discreto que nem foi visto pela maioria dos presentes…
Será este o tal período de luto? Ou de preparação para a luta que vai travar no Congresso do PSD em Abril?
Ou de arrumação táctica lado a lado com Carmona?
Estranho.

Santana Lopes

Em declarações ao «Expresso», Santana prova que não está morto. Diz ele: «Deve avançar (pelo PSD) o candidato que, na altura própria, estiver melhor colocado». Diz mais: que, se o mais bem colocado for Carmona, ele o apoiará. Se. Hoje, de acordo com a Eurosondagem, seria. Mas faltam meses e meses de rua e de propaganda.
Lá iremos.


Carris: 277 milhões a 14,5 km à hora!

Segundo o mesmo suplemento de Economia do «Expresso», a Carris transportou em 2004 mais 20 milhões e passageiros do que no ano anterior. Total: 277 milhões de pessoas usaram os 895 veículos que a empresa tem para prestar serviço nos 578 km da sua rede…
O pior é a velocidade média: 14,5 km/hora!

Pelouros

Santana Lopes já distribuiu os pelouros.
Fica com a Segurança.
Duas novidades: as Finanças ficam não mão de Pedro Pinto. É verdade.
E Fontão, afinal, fica com competências delegadas para tarefas concretas:
1. Concluir a permuta relacionada com o Parque Mayer e terrenos da antiga Feira Popular a Entrecampos;
2. Negociações com a Associação de Feirantes da mesma Feira Popular;
3. Transferência da «gestão urbanística do Parque das Nações para a autarquia», incluindo, naturalmente, o acerto de contas com a Parque Expo.
É verdade.

Comentários
1º - Chamam-me a atenção para duas questões relativas à nova postura de Santana Lopes. A primeira: o ar discreto. A segunda: o alijamento de pelouros. É que, dizem, Santana Lopes, que tinha afirmado que «não há trabalho como o autárquico» e que partilhava tudo com Carmona, afinal «despejou» os pelouros para cima dos seus colaboradores e guardou para si um pelouro: a Segurança. Assim, a distribuição de pelouros reflecte o inverso: Santana fica muito mais aliviado (quando foi para São Bento tinha, salvo erro, doze pelouros na sua mão) e Carmona e os retantes, mais sobrecarregados.
Ora nem tudo o que parece é.
Se não, vejamos: todas as competências que a CML delegou no presidente e que não caibam no conceito de «pelouro», ficam de modo supletivo, remanescente, na mão do presidente. Aliás a fluidez do conceito jurídico de «pelouro» não coincidindo com as bem definidas «competências» previstas na lei permite alguma indefinição na transposição de um dos mecanismos para o outro… Sempre foi assim, desde 1977!
2º - Pedro Pinto, esse sim, fica muito sobrecarregado. Não esquecer a sua tarefa na administração do Metro.
3º - Fontão fica muito ligado a verbas elevadas, «terrenos», questões «urbanísticas». Registe-se isso. É que, antes desta semana, ele fora peremptório: «Fico na CML como independente». Foi mais ou menos isto que ele disse, há menos de uma semana, quando inquirido sobre se, em caso de regresso de Santana Lopes, ficaria com o pelouro das Finanças. Que não, disse. Que não tinha com Santana a relação que tinha com Carmona, por isso não aceitaria. Então, muita gente pensou que, nesse caso, Fontão ficaria sem pelouros nem competências atribuídas. Como está escrito mais abaixo neste ‘blog’, não pensei assim e tinha um pressentimento: que Santana ou alguém por ele dava a volta a Fontão de Carvalho, para que ficasse nas Finanças.
Foi algo ao lado.
Não foi bem isso.
Mas tem tudo a ver.
Fica no ramo financeiro. E «urbanístico».