(Nota prévia sobre a sabedoria popular! A conversa passa-se na zona de Sesimbra. O meu vizinho, votou PS «para correr com o outro, o das noitadas», como ele diz sempre. É agricultor.
Perguntei-lhe, no sábado, já depois de conhecidos os nomes dos ministros: «Então, sr. Lúcio, que lhe parece do governo do Sócrates?» E ele, com calma: «Sabe o que lhe digo? A mim ninguém me dá nada».
Ficou tudo dito).
Agora regresso aos temas de Lisboa.
Rua nova, há meses sem iluminação
Em torno do Bairro do Armador, uma rua nova, equipada com caldeiras para árvores e tudo continua inexplicavelmente há demasiado tempo sem iluminação. À noite, é uma tristeza. Faz lembrar uma aldeia/sanzala em Angola nos anos 70. E é perigoso. A segurança está em risco. Mas também não tem árvores, esta rua de nome tão especial, e cuja placa toponímica foi colocada com pompa e circunstância há meses: Rua Jorge Amado.
Ma há mais: nessa rua, do lado esquerdo de quem sobe nas curvas largas que a caracterizam, uma escola de treino de segurança rodoviária está inaugurada e fechada, inactiva, inútil, há meses.
Não haverá na CML quem ponha os olhos nestas situações?
Candeeiros no chão, é mato
Há ruas em Lisboa onde os candeeiros parecem padecer de problemas de coluna: estão vergados, estão partidos, estão inclinados, alguns estão mesmo simplesmente no chão. Caídos. Caíram. E por lá estão. Por lá ficam. A ideia que tenho é que, se eles mesmos não se levantarem, ninguém os levantará.
Fuga de água durante anos
Num edifício municipal, contam os jornais, uma boca-de-incêndio esteve com uma fuga de água ininterrupta durante mais de dois anos. É no Cais do Gás. Ninguém viu? Viu, sim, senhores. Viu e fez o que os regulamentos dizem: comunicou a quem de direito. E limpou daí as mãos.
A entidade que deve tapar a rotura não a tapou se não agora que os jornais acordaram ou foram acordados para o problema. Vá lá. Valha-nos esse papel dos jornais.
Mas a piada que eu acho é como toda a gente se descarta. Os regulamentos são cumpridos. Ponto final. Reticências… : política à portuguesa. Administração pública à portuguesa.
Parque da Bela Vista: quem te viu e quem te vê!
Há uns anos, o Pelouro de Ambiente da CML transformou a encosta num parque. Marvila ficou encantada e mais rica. Um novo equipamento urbano apoiava a vida local e a qualidade de vida. Assisti à inauguração final pelo engº Rui Godinho, então titular do pelouro e vice-presidente da autarquia. Cerimónia simples mas empolgada.
Um brinquinho, o Parque da Bela Vista.
Depois veio o tempo do primado do espectáculo, a todo o custo. E, no ano passado, veio o ‘Rock in Rio’, que foi bonito, mas que espatifou com o Parque da Bela Vista.
A CML na altura ainda foi dizendo a medo que depois repunha tudo. Em seguida fez saber que… não sabe o que fazer. E até já se disse que a Feira Popular iria para a Bela Vista.
O que foi um brinquinho está uma vergonha. O «cabanal» que serviu de vedação em chapa lá está, degradado e a meter nojo.
Sinto pena. Tristeza, de cada vez que me lembro do carinho com que fizemos a obra e do orgulho com que a inaugurámos.
Tenho vergonha do por que lá vi esta semana que passou.
Registo
É com muito orgulho que leio no ‘Público’ de sábado que Carlos Lage defende que no Porto o PS deve ser «magnânimo» e convidar para uma coligação outros partidos de esquerda. Magnânimo foi o D. João V, com o ouro do Brasil. Dá gosto ver finalmente alguém introduzir a magnanimidade na política. Ainda o veremos a defender o mesmo para Lisboa e Coimbra, Sintra e Cascais – aposto.
Lisboa, cidade mais cara
Viver na Cidade de Lisboa este ano é mais caro do que há um ano. Um banco suíço, segundo leio no ‘Semanário Económico’, coloca Lisboa, desta vez, em 33ª em 71 cidades. Há um ano estava na 37ª posição, portanto, ainda mais cara. E os salários? Cada vez mais baixos: numa escala de zero a 100 (valor dos salários na Suiça), Lisboa vale agora 25: apenas um quarto dos salários suiços. Menos ainda do que no ano passado.
Ganha-se menos e a vida é mais cara. … Boa!