terça-feira, março 08, 2005
Registo diário
Ana Drago (BE) na calha
Sem dúvida, Ana Drago, com apoio de Luís Osório, já está na corrida para a Câmara de Lisboa, pelo Bloco de Esquerda. Veremos em que posição ou posições – um currículo diversificado, desde Coimbra e apoios claramente direccionados não lhe faltarão, mais uma vez…
Casa de Monsanto
Hoje, talvez Carmona Rodrigues fale antes da Assembleia Municipal sobre se Santana Lopes regressa e sobre se ele próprio fica na CML.
Fontes bem colocadas estranham o silêncio do PSD. E há quem pense que várias bancadas poderão vir a produzir declarações oficiais contra o regresso de Santana.
O certo é que tudo se prepara para que a Casa de Monsanto esteja operativa e pronta e receber o novo inquilino: pelo sim, pelo não, a Casa está operacional.
PS apela aos lisboetas
Já viu o cartaz novo do PS/Lisboa pós-20 de Fevereiro? «Obrigado pela confiança/Contamos consigo em Lisboa» – eis o melhor indicador de que as autárquicas já começaram.
Até lá, muita coisa está para decidir: candidatos, candidaturas, programas, listas…
Março é neste aspecto um mês decisivo em vários partidos, ao que se sabe.
Cinema Europa
Cidadãos empenhados estão a tentar salvar o Cinema Europa por razões de valia arquitectónica. E o São Jorge está fechado. Mas a febre de construir não para: mais três teatros vão nascer no Parque Mayer, a custo de ouro puro – e sem se saber com que programação…
Quanto ao Europa, a Junta de Freguesia já se manifestou contra a demolição e os moradores interessados estarão hoje na sessão da Assembleia Municipal.
Convento dos Inglesinhos
A criação de um hotel no Convento dos Inglesinhos (séc. XVII) está a criar problemas. Populares e intelectuais têm-se manifestado contra a obra.
O Bairro Alto prefere o convento ao hotel/residencial.
A questão está no Tribunal Administrativo.
Túnel choca com Metro
No Marquês, as duas galerias não batem certo: o túnel do Marquês, se vier por aí abaixo, vai direitinho ao Metropolitano. Nada disto foi estudado. Nada disto está seguro. Vamos ver se entretanto a natureza, provocada pela inconsciência, não prega por aí alguma partida.
Aterro no Terreiro do Paço
Três anos não chegaram para mexer nem uma palha. Porque as prioridades da CML não passam por aí.
Não. Não estou a falar do Metro. Esse, pelos vistos, pode estar operacional daqui a dois anos.
Falo da obra concomitante, mas abandonada à sua sorte há três anos: o túnel, ou pelo menos ao aterro que ali impede que as pessoas sintam outra vez o Terreiro do Paço como a porta de Lisboa para o Tejo.
Praça de Touros do Campo Pequeno
A polémica era inevitável. A falta de rigor das informações prestadas aos jornalistas por parte da concessionária do Campo Pequeno tinha de provocar a reacção esclarecedora do IPPAR.
Mão amiga fez-me chegar o texto integral dessa nota do IPPAR. É o seguinte:
«IPPAR/Palácio Nacional da Ajuda/1349-021 Lisboa/Tel. 213 614 200/Telfax: 213 637 047/NOTA DE IMPRENSA / Esclarecimento:
Em relação a notícias na imprensa do dia 3 de Março do corrente ano, a propósito da Praça de Touros do Campo Pequeno, em Lisboa, o IPPAR/Instituto Português do Património Arquitectónico esclarece o seguinte:
1. É falso que o IPPAR tenha emitido parecer favorável final a uma cobertura da Praça de Touros do Campo Pequeno.
2. É também falso que a reabertura da Praça de Touros do campo Pequeno dependa da emissão de parecer favorável do IPPAR a tal eventual cobertura.
3. O IPPAR emitiu parecer sobre uma solução de cobertura apresentada em fase de estudo preliminar, tendo considerado que a ideia poderia ser viável, desde que sujeita a várias alterações (condicionantes).
4. Adianta-se, também, que qualquer apreciação do IPPAR incidirá apenas sobre a questão patrimonial envolvida. Aliás, conforme as notícias veiculadas pela imprensa, o argumento central para a implementação de tal cobertura – a rentabilização da praça – já se encontra garantido na actual concretização do projecto: estacionamento para 1250 viaturas, praça de restauração com 2200m2 e 11 restaurantes, 70 lojas, oito salas de cinema e um restaurante de luxo no torreão.
Direcção Nacional do IPPAR/03 de Março de 2005»
Lá diz o ditado: «Quem não quer ser lobo, não lhe veste a pele».
Fórum sobre a habitação e as rendas,
no sábado de tarde no Fórum Picoas
O Presidente da Associação de Inquilinos Lisbonenses, Romão Lavadinho, afirma que o novo governo, ou melhor, o PS na campanha, prometeu debruçar-se sobre a questão das rendas. No Fórum de sábado, vão ser equacionados os problemas do sector e as soluções. Segundo a AIL, «podemos enumerar os problemas de habitação em três níveis: em primeiro lugar, o estado de degradação a que o parque habitacional chegou, na ausência de reabilitação da habitação degradada e na falta de construção de fogos para habitação a custos controlados destinados a arrendamento, e de equipamentos complementares; em segundo lugar, a não aplicação de legislação em vigor, ou a não elaboração de novas leis com vista à efectiva e eficaz resolução dos problemas; por fim, as condições económicas de uma grande parte da população, que, mesmo com os insignificantes apoios existentes, não tem conseguido o acesso à habitação, um direito que a Constituição da República consagra.»
«Estes problemas», afirma a AIL, «são também consequência da política seguida por diversos Governos, que incentivaram a compra de casa própria, não tendo presente o que isso poderia representar em termos de influência negativa no mercado de arrendamento e, mais grave ainda, no excessivo endividamento das famílias.»