sexta-feira, março 18, 2005

Jornal das 11 / Dia 18 de Março / 1ª edição

A primeira sessão

Está a iniciar-se neste exacto momento a primeira sessão do novo ciclo da CML. Com uma novidade: é privada, completamente privada. Não é sequer aberta a jornalistas.

Santo Estêvão: mais uma freguesia preocupada

A falta de cumprimento dos protocolos de descentralização de competências por parte da CML para as freguesias, como tenho vindo a sublinhar, está a deixar muitos autarcas desanimados. Lurdes Pinheiro, presidente da junta de Santo Estêvão, é mais uma das eleitas que vêem com muita preocupação o que se está a passar.
«Fortíssima preocupação» e «angústia» são os temos usados. A aproximação da data de pagamento dos ordenados às pessoas que colaboram com a junta quer nos protocolos quer mesmo os próprios funcionários, sem que as verbas que a câmara deve, cria situações de desespero. É que «as juntas têm estado a adiantar as verbas dos protocolos a partir das suas receitas gerais» Mas se essa almofada acaba, «e em Santo Estêvão já não aguentamos mais», então podem estar em risco outros compromissos da junta.
«Diligências permanentes» feitas pela presidente da junta de Santo Estêvão junto do vice-presidente da CML, não deram até ontem à noite qualquer resultado prático – e essa é que é a questão: passar das promessas de solução aos actos de pagar mesmo e transferir as verbas em falta para as juntas.
É opinião desta autarca que muitas juntas devem estar com a corda na garganta, porque estas autarquias de nível mais pequeno não têm suportes financeiros.


Vasco Franco na Expo?

Depois de me terem sido sopradas várias opções - e tendo eu, só cá para mim, aventado uma secretaria de Estado, a da Habitação - , final parece seguro que Vasco Franco será o próximo presidente da Parque Expo. A informação vem no «Independente» de hoje e tem esse valor...
Não vai ser osso fácil de roer, segundo me dizem. Até porque a CML é um dos parceiros devedores!
Se se confirmar a nomeação, um bom desempenho, é o meu desejo, evidentemente!

Caras novas

Já se vêem caras novas na Praça do Município. Não só as que foram dali para São Bento e agora regressaram, pelo menos em parte. Também há novatos e novatas. Isso nota-se logo, até pela inépcia a lidar com as entradas e saídas do parque de estacionamento da Praça do Município. Os rituais já são conhecidos dos «habitués», mas constituem um quebra-cabeças para os estreantes. E já os há. Bem-vindos...

Quanto pior, melhor?

Pessoa amiga, visitante do ‘blog’, sugere uma tese não tão absurda como isso, perante os números que o «Público» divulgou ontem sobre a dívida a fornecedores, e referida na 1ª edição de ontem. A tese é a seguinte: com tais dívidas, o bom-senso aconselharia a que a CML não se metesse em cavalarias altas. Mas não é isso que se vê, antes pelo contrário (ver adiante, por exemplo, o programa da Semana da Juventude e o mais que mais adiante se verá). Portanto, só há uma explicação: levar a dívida até níveis de desgaste de imagem, de modo a que os adversários não tenham grande apetência para ficarem 30 anos a pagar as dívidas deste mandato… e desistam mesmo antes de se candidatarem.
Parece um raciocínio absurdo à partida. Mas lá que o resultado prático pode ser esse, disso não restam dúvidas.
Já viu o que será destes números daqui a sete meses? Se de 2004 para agora a dívida passa de 100 para 211 milhões, um crescimento de 110%, verdadeiramente exponencial, então no fim de 2005 vai aos 440 milhões??
É muito, não é?

Quem vier atrás que feche a porta.

Moda Lisboa

Santana regressou à CML mesmo a tempo da Moda Lisboa.
Mesmo sem o brilho da edição de 2004, segundo sei, este é, mesmo assim, o maior acontecimento mediático desta semana, ‘tá a ver?
Leio que, dos 900 mil euros que a CML prometeu à organização, afinal só vai poder disponibilizar 450 mil – mas ainda não o fez, pelo que o evento está a decorrer sem orçamento.
Mal vão as coisas se já nem para a Moda Lisboa há dinheiro.


Números redondos

O anúncio da reabilitação de 10 mil fogos em 500 prédios no miolo da Cidade para entregar a jovens por baixo preço é uma medida de marketing muito bem concebida. O vereador do PCP António Abreu disse que «isto é a programação da EPUL Jovem mas com roupagens de muita promoção». Ou seja: foi usada grande imaginação para vender o mesmo ‘produto’. Quem sabe, sabe. O resto é conversa.
Agora que se trata de números bonitos, disso não tenho dúvidas. 10 000. Soa bem. 500. É bonito. Números redondinhos, sabe?
Para este efeito, só é pena que, depois, o número de anos de concretização do programa não seja de 10 anos. 10. Não: é só de oito. É pena. Ficava melhor 10. É a minha opinião.

Ainda sete meses para cumprir

Santana Lopes, e bem, disse em comunicado que voltava para cumprir o que prometeu à Cidade nas eleições autárquicas de 2001.
Ainda tem sete meses para cumprir o que falta. E não é pouco.
Nas próximas edições do «lisboalisboa», vou inserir resumos, capítulo a capítulo, do Programa Eleitoral com que o PSD ganhou as eleições nessa altura.
Hoje, para começar, e por mero acaso na escolha, recordo o capítulo «Acção Social», apenas em dois pontos (para a semana há mais): idosos e sem-abrigo.
Era assim:


Idosos
1. Cartão para todos os idosos de mais de 60 anos, para obtenção de descontos em lojas, actividades culturais e museus.
2. Parceria com a PSP para vigilância da morada e acompanhamento dos idosos ao Banco.
3. Linha telefónica 24 horas por dia para pequenos serviços: compra de medicamentos, marcação de consultas, marcação de tratamentos…
4. Recuperação e transformação de edifícios pertencentes à CML em residências para idosos, tipo aparthotel.
5. Criação de clubes onde os idosos possam tomar refeições, conviver, frequentar cursos.

Sem-abrigo
1. Concepção de residências para sem-abrigo, disseminadas pela Cidade.
2. Criação de um programa de formação profissional.

… Só se pode dizer que são boas intenções. E desejar bom sucesso na concretização destes pontos. Mãos à obra. Trabalho não falta.

Público 1990-2005

Faz 15 anos, o jornal. Penso que ainda não perdi um número desde aquela semana em que, estando eu ainda a trabalhar na presidência da câmara da Amadora, dezenas de amigos meus e outros fizeram as primeiras edições. Só lamento que, quando estou de férias no País mas fora de Lisboa e arredores, não tenha acesso, na edição impressa, ao noticiário de Lisboa. Mas enfim...
E, sim, fui convidado para a festa no Kais, dia 21 às 21. Já confirmei por telefone. Lá estarei.
Até lá...

Arrendamento urbano

Esta lei está a levantar imensa polémica: rever é certo. Consta do programa do governo Sócrates. Como, é a questão. Numa próxima edição do 'blog' vai sair um artigo de um especialista na matéria: o dr. Lino Paulo, ex-vereador da CDU em Sintra.