Mails
Dou nota de três ‘e-mails’ recebidos sobre as matérias constantes na edição das 11:
1. Um visitante afirma que «devido à vida dissoluta de Santana Lopes não há catedrais que o safem» e que «a Igreja não gosta disso». A ver vamos.
2. A propósito do tal concurso dos 500 milhões que ficou só com uma empresa, uma amiga sugere aos governantes que investiguem: «dantes chamava-se a isto ‘cambão’, uma fraude que constitui crime». E acrescenta: «Tanto mais que só estão envolvidos homens do mesmo partido, que ora estão no governo ora nas empresas». Fica o registo.
3. Alguém me pergunta por que razão não apareci na festa do «Público». Alguns amigos do jornal já o sabem: por razões profissionais. Tive muita pena. E já pedi desculpa...
Bordalo, Bordalo
Constou ontem em alguns sectores da CML que, na inauguração da exposição dos 100 anos da morte de Bordalo, Santana e Carmona tinham saído de candeia às avessas um com o outro. Razão aludida: eleições, Congresso do PSD, candidaturas, lei da rolha (Bordalo, Bordalo), tabus, empatas, etc.. A coisa está bem engendrada enquanto má língua. Nunca se saberá se e o que aconteceu. Só se sabe que Carmona saiu de modo estranhamente rápido quando perguntas começaram: «desapareceu», disse-me um jornalista presente. Nada mais. Tudo o resto ou é imaginação ou fica à imaginação de cada um.
Nem todos
Já escrevi que há caras novas depois de regresso de Santana de São Bento. Tenho essa prova comigo: assisti e ajudei num caso. Mas posso também assegurar que nem todos os que tinham ido voltaram. É a lei da compensação. Faltam caras. Isso até dá nas vistas. Porque a presença dava nas vistas: então a ausência também é bem «sentível»!!!
Idade
A fase é complicada para muita gente. E compreendo. Há quem esteja pelos cabelos: «Não tenho idade para isto». «Não tenho idade para isto». «Não tenho idade para isto».
É mais uma manifestação de angústia e de revolta contra um regresso que, no entender de quem assim desabafa, não devia ter acontecido. Para mim, é indiferente. «Tenho idade para isso». A minha guerra é outra, evidentemente. Tanto se me dá. A minha preocupação tem a ver com a Cidade, nada mais. Dito de outra forma: a minha perspectiva é absolutamente política, não pessoal.
Polícias
Vários amigos me têm chateado ontem e até já hoje para saber o que foi aquela fase ontem aqui referida da constituição do Sindicato da Polícia.
Ok. Vou fazer-lhes a vontade.
No ano passado, em Abril, a PSP esteve em luta e, na altura, escrevi e publiquei o texto que segue, e que explica tim-tim por tim-tim o que se passou nos anos 80 neste capítulo… Aí vai uma parte:
«Lembrar o obreiro do Sindicato da Polícia»
«Nos dias que passam, em que por acaso, de novo os Sindicatos de Polícia vieram à rua colocar mais uma vez as suas reclamações na opinião pública e nos telejornais em especial, é meu dever recordar aqui e homenagear o obreiro do sindicalismo policial português, o Comissário Joaquim Santinhos.
E vou fazê-lo, lembrando dois episódios passados comigo e com ele e «os seus homens», como ele se referia sempre aos seus colaboradores daquela mais que clandestina tarefa de pôr de pé a estrutura sindical.
Hoje há várias estruturas sindicais da Polícia, e mesmo nas Guardas.
Mas ao tempo, início dos anos oitenta, com o general Almeida Bruno por comandante-geral da PSP, não era assim: havia apenas um embrião de Associação Pró-Sindical. Os seus dinamizadores trabalhavam na mais séria clandestinidade. Se o comandante-geral os apanhasse, era «porrada» certa e sabida, forma meio militar de referir uma punição, o que aliás aconteceu por diversas vezes, em processos disciplinares infindos… Assim era, nesse tempo (...)».