terça-feira, março 22, 2005

Jornal da 11 / Dia 22 de Março


Sessão de 23

Amanhã, na sessão, a CML vai debruçar-se sobre assuntos com interesse, como, por exemplo:
1. Final da Taça UEFA, para o que dará um subsídio de 27 mil contos.
2. Construção da nova Sé, em protocolo entre a CML, a Administração do Porto de Lisboa, a GALP e, evidentemente, o Patriarcado.
3. A ModaLisboa (ML), evento para o qual vai atribuir um subsídio de 900 mil euros. Noto que a edição de 2003 custou, de acordo com o relatório apresentado, mais de um milhão e 100 mil de euros; a de 2004 perto de um milhão (que a CML já pagou praticamente na íntegra…). Os patrocinadores não se vêem. Nem vale a pena procurá-los, verdade se diga. Assim sendo, nem se percebe por que razão é que Santana Lopes, desta vez, quando visitou a ML se refugiou na Sala de Imprensa que foi encerrada para que ninguém o visse… Pois se ‘ele’ é praticamente o dono da ML…
4. A presidência da EGEAC vai ser entregue a Maria Manuel Pinto Barbosa (parece que é o quinto titular do cargo neste mandato, e na sua composição, se não erro o cálculo, este Conselho já sofreu sete alterações: um verdadeiro recorde: só a instabilidade é estável, por aquelas bandas).
5. Sociedade de Reabilitação Urbana Oriental, Empresa Municipal: nomeação do Conselho de Administração (Dina Vieira, Rosa do Egipto, Gonçalo Moita).
6. Obras a mais no Túnel do Marquês. Mais de 388 mil euros. Boa parte desta verba resulta da tapagem das obras com aquelas ráfias decoradas de fotos e de propaganda à «obra» da CML e à «revolução» que Menezes vê em Lisboa. O Tribunal de Contas garantiu que está a efectuar a «fiscalização concomitante» da obra.

A rolha de Bordalo

A Hemeroteca celebra Rafael Bordalo Pinheiro. Morreu em 1905: há cem anos. A exposição chama-se «Rolha, Política e Imprensa». É a «obra humorística» do criador do Zé Povinho.
Pode ser vista até 24 de Junho. É nos Paços do Concelho.

Pelouros

Se não há erro de informação, eis os titulares dos pelouros na CML desde sexta-feira passada:
1. Santana Lopes: Segurança (Bombeiros, Polícia Municipal e Protecção Civil).
2. Carmona: Vice-Presidência, Modernização Administrativa e Revisão do PDM.
3. Pedro Pinto: Obras, Equipamentos eléctricos, Turismo e Finanças.
4. Helena Lopes da Costa: Acção Social, Habitação, Educação, Património.
5. Eduarda Napoleão: Urbanismo, Reabilitação, Planeamento Estratégico, Espaços Verdes.
6. Ana Sofia Bettencourt: Juventude, Serviços Gerais, Comércio e Abastecimento, Licenciamentos, Colectividades.
7. Maria M. Pinto Barbosa: Cultura.
8. Moreira Marques: Recursos Humanos, Desporto, Sapadores (Bombeiros).
9. António Monteiro: Higiene Urbana, Trânsito, Espaço Público, Mecânica, Cemitérios.


Higiene urbana

A recolha de lixos de contentores domésticos voltou a ser feita de dia? A Rua Nova do Almada, e muitas outras, ficam absolutamente impraticáveis enquanto este serviço dura.
Voltou-se à pré-história deste serviço?

Solidário com o Sindicato da Polícia, sempre!

Acabo de falar ao telefone com o presidente da Associação Sindical de Profissionais de Polícia, Alberto Torres. Está a caminho da Assembleia da República, onde os polícias se vão concentrar e por ali ficarão até ao final do dia, acompanhando a discussão do Programa do Governo. O que querem? Querem ser presença em vez de visitas nos bairros difíceis. Querem melhores meios, mais formação específica. Querem que os oiçam: eles é que sabem da sua profissão...
Longe devia ir o tempo em que generais davam as ordens. Um deles, Almeida Bruno, bastante 'nos' chateou (a mim, pessoalmente, não, mas sim, e muito, aos polícias a quem eu ajudava no seu trabalho clandestino de formação do Sindicato). Foi há 20 anos ou mais, sei lá. O pedido de ajuda era feito pelo fundador do Sindicato, Comissário Santinhos, e a base era a Amadora: Esquadra da Polícia e Câmara. Fiquei para sempre ligado. Um dia conto aqui as peripécias dessa época.
A minha solidariedade para com a PSP ficou definida para a vida! Um abraço, agora também por escrito, Alberto Torres e companheiros!

Do Fundão

Chega-me do Fundão a notícia de que Santana Lopes fez furor entre a JSD no seu Congresso. Não digam, não, que o homem está morto. Quem assim pensa, ainda vai ter muita surpresa. Deixem-se de sondagens de brincar. Em Dezembro de 2001, a oito dias da votação, era dado como perdedor em mais de 10%. Viu-se depois… apesar de ainda não estar clara qual foi a verdade dos votos contados e dos votos reais expressos pelos eleitores. Nem nunca se chegará a saber.
(Uma nota de humor: no mesmo ‘conclave’, um cidadão de 30 anos, advogado, sobe à tribuna e, em vez do discurso político esperado… pede a mão da noiva, ali presente, a qual confessou: «Fiquei histérica». A sala ia caindo com os aplausos. Viva o amor!).

Promessas, leva-as o vento

No Programa Eleitoral de Santana Lopes falava-se de Desporto. E prometia-se, prometia-se:
1. Criar à beira do Tejo um grande centro náutico de aprendizagem e de prática de desportos náuticos e espaços para desporto ao ar livre.
2. Reforçar a aposta no desporto escolar.
3. Um professor de educação física junto de cada escola do primeiro ciclo.
4. Criar novas ciclovias.
5. Reforçar o apoio ás colectividades e associações desportivas.
6. Investir nos equipamentos desportivos de Monsanto.


O Metro do Terreiro do Paço
e as eleições de 2005 em Lisboa

Há uns tempos escrevi umas reflexões sobre a obra do Metro no Terreiro do Paço. Mantém-se mais actual que nunca. No Terreiro do Paço há duas obras em paralelo: o aterro em frente da Praça e o túnel do Metro. Quanto à primeira, o aterro, que, essa sim, é da responsabilidade da CML, ela não mexe desde há três anos – e a CML tem de responder por essa inércia.
Mas a outra, a do Metro, pode dar novidades ainda este ano. Foi sobre isso que escrevi.
«Pontos nos is, por favor. A obra do Metro no Terreiro do Paço é uma obra do Metropolitano de Lisboa, Empresa Pública. Não é uma obra da Câmara de Lisboa. O que ali correu mal, e foi muita coisa, não deve e não pode ser assacado à CML. O que ali correr depressa a partir de agora também não. Depois de concluída, a obra terá uma inauguração do próprio Metro, que é o dono da obra. O Presidente da CML… será naturalmente convidado para a cerimónia… Na altura das eleições autárquicas vai ter muitas dificuldades para apresentar obra feita, e mais ainda obra sua…

À míngua de obra sua…

Então, à míngua de obra sua, haverá que socorrer-se de outros recursos. Vai daí, nada mais provável do que… puxar dos galões e, na campanha eleitoral… pode ser ele que aparecerá a inaugurar o Metro do Terreiro do Paço como se se tratasse de obra sua na CML… Mas não: será sempre uma obra do Metro…
Recordo que Carmona, na sua despedida de ministro, começou a incluir o Metro do Terreiro do Paço entre as obras que ele vai ter de apressar enquanto Presidente da CML…

(A talhe de foice, registo que acabo de ler declarações de responsáveis da CML dando a certeza de que o Museu Bordalo Pinheiro vai ser inaugurado em Setembro, em plena campanha eleitoral para a CML, depois de cinco anos fechado... Depressa, que se faz tarde!)

Aterro degradado

Resta acrescentar que, na Assembleia Municipal, a CDU em 30 de Novembro de 2004 interrogava assim a CML: «Se é intenção desta Câmara não concretizar o túnel rodoviário da Praça do Comércio previsto no PDM, para quando então a resolução do problema do aterro em frente ao cais das colunas, que se encontra degradado, e para quando a sua reabilitação, tendo em conta a importância deste espaço para a imagem desta Praça, que é um ‘ex-libiris’ de Lisboa e do país?»